domingo, 6 de março de 2011

As lembranças de minha Rondônia...


As vezes me sinto como o poeta Casimiro de Abreu, que sabiamente escreveu seus sentimentos em versos:

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!

E se tratando de lembranças quero falar um período, quando morei em Cacoal - RO, lugar que foi palco de alguns de meus momentos mais felizes.
De 98 a 2001 morei nesta cidade na companhia de meu irmão Marcio, fiz muitos e duradouros amigos e posso dizer com toda certeza que neste tempo fui feliz.
Sempre fomos pobres, porém dispostos a trabalhar e estudar, meu irmão alugou uma casa que ficava no quintal do proprietário, era de tábua e bem envelhecida com piso amarelo, nossas coisas eram simples, mas nos dava certo conforto. Logo fiz amizade com as filhas do dono da casa, seu Valdemar, e a partir dai nos tornamos grandes amigas e confidentes.
Me lembro dessa amizade como algo muito inocente, fazíamos tudo juntas, inclusive pagar mico, e para nós não tinha dificuldade, desde que o objetivo nos interessasse.
Lembro-me que retirado desta cidade havia um balneário muito gostoso chamado Lagoa Azul, porém 21 Km fora da zona urbana, mas isso para nós não era problema, domingo pela manhã munidas de nossas bicicletas partíamos para a diversão que só findava com o pôr do sol, como era bom.
Com a amizade vieram as primeiras e inocentes paixões, era engraçado, pois nos apaixonamos por aqueles que estavam próximos a nós, e em principal os parentes uma das outras, mas isso em nada ajudou, pois este amor, de ambos os lados, nunca foi correspondido, entretanto serviu para fortalecer os laços de amizade e confidência.
Como erámos brincalhões, embora eu fingia não gostar, eu amava quando meu irmão ás 13 horas da tarde voltava de seu trabalho em sua bicicleta prata, e do alto de sua modéstia exclamava no portão - "menino bom chegou".
Aos sábados eu ia para a igreja a um quarterão de minha casa, pequena e humilde, mas ali o culto era realmente envolvente, pos todos participavam de forma simples, cada um dentro de sua capacidade e é através disso que tenho certeza, aquele era um culto realmente dedicado a Deus, onde ninguém estava exibindo talento e embuídos de louvor e adoração.
Quando anoitecia juntava a galera lá em casa e juntos íamos para a praça, ou sorveteria, ríamos muito, a diversão era certa e ainda havia tempo para assitir filmes, fato que as vezes irritava alguns pais mais "zelosos", que temiam pela honra de seus filhos.
Enfim, era uma época feliz, que acabou devido circunstâncias da vida, mas que reservou um lugar especial em minhas lembranças, em principal a convivência com meu irmão do qual estou sempre com muita saudade.

Um ótimo dia para todos vocês.
Mara.

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