segunda-feira, 14 de março de 2011

O dia em que chorei a profissão.

Hoje foi um dia em que chorei a profissão.
Como todos sabem por aqui, sou professora de História, sei que minha matéria não é a mais popular, mas tem suas peculiaridades.
Todos os dias enfrento adversidades em meu trabalho, mas hoje em especial foi muito difícil. Comecei pela manhã numa sala de 6º anos, que a meu ver não foram devidamente preparados para compreender o momento em que deveriam ouvir e o momento de falar, comecei a correção das atividades e após inúmeras interrupções conclui, já era hora da troca de aulas e lá fui eu para a aula capela, a qual estava sob minha responsabilidade.
O tema da aula capela foi "Bíblia, palavra fiel e verdadeira", tema que foi discorrido por mim, e com a benção de Deus correu tudo bem, ouviram atentamente, fizeram perguntas pertinentes ao assunto e saíram de forma ordenada. Logo em seguida fui designada para um 7º ano e foi ai que a dificuldade começou e durou até o fim da tarde. Assim que entrei os cumprimentei, brinquei um pouco sobre seus fins de semana e comecei a vistar os livros, nem parecia que eu havia explicado alguma coisa, melhor, nem parecia que eram meus alunos, aqueles que pacientemente expliquei em mínimos detalhes onde, como e quando encontrar as respostas, verdadeiros absurdos estavam ali diante de mim. Tentando manter-se no equilíbrio chamei de um a um os 28 e escutei cada desculpa sobre a lição, muitos riam muito e não quiseram revelar o motivo daquela desolação. Já alterada expliquei a eles, num momento de reflexão, os efeitos da irresponsabilidade com suas funções e o prejuízo ao futuro, era hora de trocar de sala.
Entrei em um 8º, beirando a hora de saída, o barulho era geral, muitos fora do lugar jogavam papeizinhos uns nos outros em completa confusão, alguns minutos depois a ordem estava estabelecida e então expus a proposta de um trabalho, em detalhes, na lousa, antes de ir embora fui me certificar em seus cadernos a cópia da proposta e tive a triste constatação de que muitos haviam pulado parágrafos e que outros nem se deram ao trabalho de escrever e ainda tiveram a audácia de me confrontar dizendo que tudo aquilo deveria estar digitado e impresso, foi ai que comecei a entristecer.
Onde é que vamos parar gente! Como nosso futuro está largado, sim largado em mãos tão irresponsáveis, que não dão o menor ao conhecimento? Meu Deus como é difícil concluir que o ensino não recebe a mesma atenção de anos anteriores, e que nossos pequenos já trazem consigo o desinteresse a alta distração e à idéia de que tudo pode ser compensado no futuro através do dinheiro, foi ai que chorei minha profissão, não por arrependimento de possuí-la, mas pela dificuldade em executá-la.
Mas, não pense vocês que desanimei, apenas estou magoada pelo que vivi hoje, porém o que me alegra é que amanhã é um novo dia, e que sempre haverá dentre estes, aqueles que farão ter valido a pena o esforço depositado.
Exausta retira-se para um merecido descanso.

Um super beijo a vocês.

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